terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Uma história de Natal!

Essa história foi publicada na Revista Recreio há muitos anos atrás! FELIZ NATAL PARA TODOS NÓS!!!
Com carinho, Gláucia


SERÁ QUE ELE EXISTE?

            Hoje eu posso dizer com certeza: Papai Noel existe! E você deve estar pensando: “Que bobagem, você já tem dez anos!!!”. Mas eu vou contar pra você como é que eu descobri que Papai Noel existe de verdade...
            Eu era beeeeeem pequeno e ainda não sabia escrever. Todos os anos era a mesma coisa...
-          Pai, escreve uma carta pro Papai Noel pra mim?
-          Não precisa eu escrever não, filho, desenha que ele entende...
Depois que eu desenhava, ou o meu pai ou a minha mãe perguntavam:
-          O que é isso que você desenhou?
E eu respondia “É um carro” ou “É um foguete” ou qualquer coisa que eu quisesse ganhar... Na verdade, eu não entendia direito como é que o Papai Noel sabia o que eu queria ganhar se nem o meu pai e a minha mãe que eram o meu pai e a minha mãe entendiam bem o meu desenho...
Outra coisa que eu também não entendia era como os meus desenhos chegavam até a casa do Papai Noel, se um dia eu perguntei pro meu pai e pra minha mãe onde ele morava e o meu pai disse:
-          No Pólo Sul .
-          Não, no Pólo Norte, consertou a minha mãe!
-          E em que rua?
-          Lá não tem rua, disse o meu pai, ainda atrapalhado com a confusão dos pólos.
-          Como não tem? E como é que o carteiro chega lá?
-          Lá não tem carteiro também, filho, é muito frio!
Que coisa mais estranha... Se era tão frio, como é que o Papai Noel morava lá? E como as cartas chegavam se não tinha carteiro?
Comecei a desconfiar daquela história... Até que, quando eu tinha cinco anos, fiz o meu desenho e mostrei pra meu pai e minha mãe:
-          O que é isso, filho?
-          É uma máquina que faz a gente ir para qualquer lugar que queira sem sair do lugar e pode também virar um barco anfíbio que viaja com a gente dentro pra onde a gente quiser, pela água, pela terra ou voando!
-          Nossa, filho, acho que Papai Noel não vai poder trazer isso não!
-          Por quê?
-          É muuuuuuuuito pesado!
Fiquei esperando então a noite de Natal pra ver se o Papai Noel agüentava ou não trazer o meu pedido. Pensando bem, mesmo sem ter nunca visto uma rena, elas deviam ser bem fortinhas... Fiquei tão curioso que nem dormi.
Foi aí que aconteceu aquilo que me fez ter certeza que Papai Noel existe mesmo! Ouvi um grande estrondo e, quando acendi a luz.... Vi meu pai e minha mãe juntando do chão três pacotes de presente!
Rapidinho, o meu pai disse:
-          Dorme, filho, o Papai Noel só vem pra quem acredita nele!
De manhã, quando acordei, abri as três caixas e vi um carro, uma bola e uma bermuda... Tudo mais do que legal, mas não era o meu presente superpesado...
Papai Noel não tinha trazido pela primeira vez o meu pedido, mas eu tive uma certeza: ele existia mesmo e usava as pessoas para distribuir os seus presentes... Afinal, que difícil não deve ser para uma pessoa correr por todo o mundo, distribuindo presentes numa noite só. Ainda mais se for presente diferente, feito biscoito de pote de Vó, desenho de amigo que a gente gosta muito, beijo e abraço de madrinha... Como é que ele vai arrumar isso tudo!
Hoje eu tenho certeza que Papai Noel existe... E ontem descobri outra coisa: também tenho certeza que não foi ele que usou a boca da Paulinha pra me dar um beijo estalado de fim de ano!

Nenhum comentário: